Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

SERRA DA BARRIGA (Rosimeire Bernado)


Desprendo de mim e ouço
as fortes pisadas nas folhas secas.
Será um negro cansado fugindo do branco?
Ou serei eu, fugindo do descuido humano?
Mundaú quase não te lambe, Serra.
Mundaú está morrendo.

Daqui de cima o vejo
correndo devagar, sem forças
com os ossos que se mostram
sem nenhum pudor.
Cuidado Serra!
As canas que te beijam
podem te engolir.
Cuidado serra!
Os animais que pensam
podem te desmatar.
Negro que lutou
para viver em liberdade
teus descendentes lutam
para se libertar da ganância
dos novos senhores de engenho.
Oh liberdade quase conquistada!
Não se afasta!
Não quero a liberdade amanhã.
QUERO SER LIVRE HOJE. —


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