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Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

NATAL DE UM PÁRIA (Pedro Onofre)

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- Mamãe, papai Noel é mesmo um bom velhinho? Se ele em verdade existe, assim como é falado, por que não se lembrou de mim, esse enjeitado que pra calçar não tem sequer um sapatinho? E aquela pobre mãe, cabelo em desalinho, o olhar busca esconder, tristonho e marejado do pranto que verteu. Encara com cuidado o filho, preocupada em demonstrar carinho. Tenta expulsar do rosto essa expressão sombria e num sussurro diz ao filho de repente: - Se acaso ele existisse, o que lhe pediria? E a criança ao responder-lhe, incrédula sorri. - Queria que me desse, mãe, como presente. na Noite de Natal, o pai que nunca vi. Este soneto consta do livro “Poesias completas de Pedro Onofre”, lançado dia 22 de dezembro. *Veja mais do autor aqui: