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Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

Seol (Jorge Felix de Carvalho/Jürgen Von Felix)

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Elih se encontrava cansado, triste. Solitário. Diante das dificuldades que enfrentava, não conseguia ver solução. Atolado de processos, relatórios, pareceres e prazos, decidiu que não dava mais! Tentou pensar na música, nas artes, nos sonhos. Lembrou com pesar dos seus antepassados. Tentou esperança na lembrança dos descendentes. Dai, inevitavelmente tornaram-se mórbidos os seus pensamentos, dando uma força descomunal à imaginação nefasta. Elih se encontrava mesmo muito sombrio, desolado! Então, saiu do escritório, mas antes deixou todos os papéis em ordem. Organizou tudo, cada coisa no seu devido lugar. Era como se estivesse despedindo-se para sempre daquela cena. Pegou sua pasta, vestiu seu paletó, e se foi fechando a porta e em seguida jogando a chave no fundo da pasta, como se não mais fosse precisar dela. Andou a esmo em meio a multidão barulhenta, mas só conseguia ouvir uma única voz em sua mente. Olhou para a varanda de um prédio de esquina. E num hipnotizante caminhar su

Teste de Rorschach (Jürgen Von Felix)

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Eu, quem Sou? Qual a minha Cor? Se tenho Cabelo que parece novelo, De lã, buchado, que do pente a Amizade não tem. Se insisto em pentear Sou um sem Caráter, dominado. Se ouso afros penteados, Sou Negrinho metido, mal criado! Aqui no Brasil, tenho ascendência mil. Vermelho, Branco e Negro Sudão. Mas sou visto como menos escuro Como menos claro... Não! Se dou certo e consigo Diploma Dizem que é minha obrigação, Pois "Negro tem que mostrar o seu valor". Quando não logro êxito e O Sistema vence, Sou execrado, Açoitado, retorno ao terror! E se em Batalhas o Brasil se envolver, Adivinha quem nela primeiro vai morrer: Pretinho; Moreno; Mulato; Negão... Estou no limbo das cores no Arco-iris da exclusão. Copyright © 2018 by Jorge Felix All rights reserved.