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Mostrando postagens com o rótulo Paulo Leminski

O Beijo (Elsa Moreno)

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O Beijo de Gustav Klint (fragmento) Eu acho que os beijos são dados na boca porque é onde brotam as palavras. Se eu te beijasses a ponta dos dedos, estaria buscando uma carícia; se te beijasse a sola do sapato, estaria buscando um caminho. Se te beijasse as pálpebras enquanto dormes, estaria pedindo permissão para entrar nos teus sonhos, mas estou te beijando os lábios, porque quero ouvir minhas palavras saírem de ti, outra vez. Se te beijasse a planta dos pés, buscaria um passo em falso. Se te beijasse a parte interna do cotovelo, buscaria teus esconderijos. Se te beijasse a sombra, não saberia o que busco, mas estaria tão perto. Se te buscasse essa noite, beijaria cada estranho até te encontrar. Outra vez. Se eu te beijasse, seria como algo escorregadio sobre uma tela de carne que transborda e se espalha pelas vigas da minha casa. Subiria escorregadia por um muro, separando a pele da carne que se injeta em uma estrutura impessoal chamada nome. Estaria consumida antes mesmo de abrir ...

A Lua Foi ao Cinema (Paulo Leminski)

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A lua foi ao cinema, passava um filme engraçado, a história de uma estrela que não tinha namorado. Não tinha porque era apenas uma estrela bem pequena, dessas que, quando apagam, ninguém vai dizer, que pena! Era uma estrela sozinha, ninguém olhava para ela, e toda a luz que ela tinha cabia numa janela. A lua ficou tão triste com aquela história de amor, que até hoje a lua insiste: - Amanheça, por favor!

Bem no Fundo (Paulo Leminski)

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No fundo, no fundo, bem lá no fundo, a gente gostaria de ver nossos problemas resolvidos por decreto

'...VÊ BEM ONDE PISES...' (Paulo Leminski)

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Eu tão isósceles Você ângulo Hipóteses Sobre o meu tesão

'AI DAQUELES QUE SE AMARAM SEM NENHUMA BRIGA...' (Paulo Leminski)

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Ai daqueles que se amaram sem nenhuma briga aqueles que deixaram que a mágoa nova virasse a chaga antiga

RAZÃO DE SER (Paulo Leminski)

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Escrevo. E pronto. Escrevo porque preciso preciso porque estou tonto. Ninguém tem nada com isso.

QUANDO EU TIVER SETENTA ANOS (Paulo Leminski)

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quando eu tiver setenta anos então vai acabar esta adolescência vou largar da vida louca e terminar minha livre docência

ARTE (Paulo Leminski)

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"As pessoas sem imaginação estão sempre querendo que a arte sirva para alguma coisa. Servir. Prestar. [...] Dar lucro. Não enxergam que a arte [...] é a única chance que o homem tem de vivenciar a experiência de um mundo da liberdade, além da necessidade."

MAR (Paulo Leminski)

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aqui nesta pedra alguém sentou olhando o mar o mar não parou pra ser olhado foi mar pra tudo quanto é lado