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Mostrando postagens de junho, 2013

Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

DISPOSTO A TUDO (Silvério Pessoa / Ivan Santos)

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Estou disposto a tudo A inverter a vida A encontrar saída Até fazer chover Prá ter você aqui Eu tô disposto a tudo A dominar planetas Implodir cometas Talvez essa imprudência Afaste sua ausência Tão presente aqui Estou disposto a tudo A entender a cidade E a relatividade A ordenar o caos Prá ver você aqui Hoje eu aposto tudo Em destruir a dor Criar uma nova cor Ou uma sinistra gang Desaterrar o mangue Prá te ver aqui Disposto a tudo Exposto ao ridículo Beirando o cúmulo Pagando mico Bancando o bobo Baixando a guarda Abrindo o jogo A mão no fogo Sem receio de me queimar Sem medo Sem o mínimo simancol Estou disposto a tudo Me indispor com o vento Ir na curva do tempo A ser seja o que for Prá ver você aqui Eu faço mais que tudo Eu bebo o São Francisco Eu vou voar num disco E descobrir estrelas Pensando só em vê-la   Ao meu lado, aqui Estou disposto a tudo A engolir genéricos Orar com esotéricos Lutar com Bruce Lee Prá ter você aq

RUA DA PALAVRA (Fabrício Carpinejar)

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O marido bate na mulher quando não tem mais palavras. A mãe bate no filho quando não tem mais palavras. O motorista sai do carro para brigar quando não tem mais palavras. Manifestantes invadem lojas e depredam a cidade quando não tem mais palavras. A palavra é o último reduto da sensibilidade. A fronteira derradeira. Quem perde a palavra perde o respeito.

'Ninguém nasce odiando outra pessoa' (Nelson Mandela)

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'Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião.  Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.'

ELE FALAVA DE AMOR (Emanuel Galvão)

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Alguém pronunciava, nas praças, Que a verdade e o amor sempre vencem, Apesar das ameaças. E falava mais... e falava com força. Como era ferrenha a abelha Como era simples a flor.

A COR DO DESEJO (Junior Almeida / Ricardo Guima)

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A tua boca anda oca Da minha língua da minha língua A minha língua anda à míngua Sem tua boca sem tua boca

O MELHOR PRESENTE (Onildo Barbosa)

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Meu deus se o senhor tiver Um presente prá me dar Se a caso for salvação, Nem precisa me salvar! Quer me dá mesmo um presente Deixe eu voltar novamente Prá viver no meu lugar. Eu já tô ficando velho Não tenho a mesma saúde Deixe eu ver a minha terra, Por favor, deus, me ajude! Deixe eu andar nos caminhos, Escutando os passarinhos, Tomando banho de açude. Deixe-me sentir o cheiro Da fumaça do fogão, Assando milho na brasa Da fogueira de são joão Comer xerêm na tigela Debruçar-me na janela, Do antigo casarão. Desde que eu era mocinho Que deixei o meu torrão, Tentando viver melhor Mas tudo foi ilusão De cidade, por cidade, Passando dificuldade, Vergonha e decepção. Já criei duas famílias Sem direito a sossegar, Tudo que arranjei foi pouco Não pude economizar Agora vivo tristonho Toda vez que durmo sonho Voltando ao meu lugar. Tem sonho que até parece Que eu to mesmo acordado Vendo mamãe na cozinha, Meu pai tratando do gado, O sonho é tão verda

OLHA PRO CÉU (Luiz Gonzaga /José Fernandes)

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Olha pro céu, meu amor Vê como ele está lindo Olha praquele balão multicor Como no céu vai sumindo

RÍTIMO DA CHUVA (John Gummoe - Versão de Demetrius)

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Olho para a chuva Que não quer cessar Nela vejo o meu amor Esta chuva ingrata Que não vai parar Prá aliviar a minha dor...

INVERNO (Jorge de Lima)

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Zefa, chegou o inverno! Formigas de asas e tanajuras! Chegou o inverno! Lama e mais lama chuva e mais chuva, Zefa! Vai nascer tudo, Zefa, Vai haver verde, verde do bom, verde nos galhos, verde na terra, verde em ti, Zefa, que eu quero bem! Formigas de asas e tanajuras! O rio cheio, barrigas cheias, mulheres cheias, Zefa! Águas nas locas, pitus gostosos, carás, cabojés, e chuva e mais chuva! Vai nascer tudo milho, feijão, até de novo teu coração, Zefa! Formigas de asas e tanajuras! Chegou o inverno! Chuva e mais chuva! Vai casar, tudo, moça e viúva! Chegou o inverno Covas bem fundas pra enterrar cana: cana caiana e flor de Cuba! Terra tão mole que as enxadas nelas se afundam com olho e tudo! Leite e mais leite pra requeijões! Cargas de imbu! Em junho o milho, milho e canjica pra São João! E tudo isto, Zefa... E mais gostoso que tudo isso: noites de frio, lá fora o escuro, lá fora a chuva, trovão, corisco, terras caídas, córvos gemendo, os caborés gemendo, os caborés piando, Ze

BORBOLETAS (Mario Quintana)

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Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande. As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela. Temos que nos bastar… nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém. As pessoas não se precisam, elas se completam… não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida. Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você. O segredo é não cuidar das bo

POEMINHA TRAQUINO (Emanuel Galvão)

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Eu procurei a poesia E tinha ela ido brincar na minha infância Tinha ido soltar pião no quintal Dirigi-me então para a claridade Do quintal

PENSAR É TRANSGREDIR (Lya Luft)

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Foto:    Tchello d'Barros Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.

SERRA DA BARRIGA (Rosimeire Bernado)

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Desprendo de mim e ouço as fortes pisadas nas folhas secas. Será um negro cansado fugindo do branco? Ou serei eu, fugindo do descuido humano? Mundaú quase não te lambe, Serra. Mundaú está morrendo. Daqui de cima o vejo correndo devagar, sem forças com os ossos que se mostram sem nenhum pudor. Cuidado Serra! As canas que te beijam podem te engolir. Cuidado serra! Os animais que pensam podem te desmatar. Negro que lutou para viver em liberdade teus descendentes lutam para se libertar da ganância dos novos senhores de engenho. Oh liberdade quase conquistada! Não se afasta! Não quero a liberdade amanhã. QUERO SER LIVRE HOJE. — Copyright © 2013 by Rosimeire Bernado All rights reserved.

RECONSTITUIÇÃO (Elisa Lucinda)

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Tive de repente saudade da bebida que eu estava bebendo... tive saudade e tentei me lembrar que gosto faltava, qual era a bebida...

SONETO FEITO DE VOCÊ (Jucá Santos)

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Para Nicinha Eu tirei de você, muita alegria, Ternura, amor, doçura e encantamento... Eu tirei de você, o sentimento, O carinho, a bondade e a fidalguia.

A CALÇADA ( Eduardo Proffa)

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Os homens vão chegando Um a um Vestem seus trajes empoeirados Dos dias anteriores Em que não tiveram sonhos Em que não tiveram amigos

BILHETE (Mario Quintana)

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Se tu me amas, ama-me baixinho Não o grites de cima dos telhados Deixa em paz os passarinhos

NO DIA DOS NAMORADOS (Cícero Manoel)

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No dia dos namorados Que presente irei te dar? Pensei comprar umas flores Pra no dia te entregar, Pensei comprar uma aliança Pra no seu dedo botar.

FALANDO DE NAMORAR (Affonso Romano de Sant’Anna)

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Jorge Ben tem aquela música que diz que « todo dia é dia de índio ». E tem razão : os indios têm o calendário deles e nós o nosso. Daí que queiram flechar os peixes que nadam nos lagos do palácio de Brasília como mostram os jornais. Mas o que eu queria dizer, nessa repescagem, já que dia 12 foi instituido como dia dos namorados, é que todo dia é dia de namorar. Namoro que é namoro não se contenta com data marcada. Diz outra música : « o coração tem razões, que a própria razão desconhece ». 

OS NAMORADOS (Gonzaga Leão)

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Primeiro eu os vi na praça mas havia tantos pombos que quando os vi se beijando pensei que a praça arrulhava.

SONETO DA FIDELIDADE (Vinícius de Moraes)

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De tudo ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure.

PRA DIZER TUDO QUE SINTO (Emanuel Galvão)

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Guardei tantas frases pra te dar Pra te agradar Te impressionar Poder dizer tudo o quanto sinto

FICO ASSIM SEM VOCÊ (Abdullah / Caca Moraes)

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Avião sem asa, fogueira sem brasa, sou eu assim sem você. Futebol sem bola, Piu-piu sem Frajola, sou eu assim sem você. Por que é que tem que ser assim se o meu desejo não tem fim. Eu te quero a todo instante nem mil auto falantes vão poder falar por mim. Amor sem beijinho, Bochecha sem Claudinho, sou eu assim sem você. Circo sem palhaço, namoro sem amasso, sou eu assim sem você Tô louca pra te ver chegar, Tô louca pra te ter nas mãos. Deitar no teu abraço, Retomar o pedaço que falta no meu coração. Eu não existo longe de você e a solidão é o meu pior castigo. Eu conto as horas pra poder te ver mas o relógio tá de mal comigo Por quê? Por quê? Neném sem chupeta, Romeu sem Julieta, sou eu assim sem você. Carro sem estrada, queijo sem goiabada, sou eu assim sem você Por que é que tem que ser assim se o meu desejo não tem fim. Eu te quero a todo instante nem mil auto falantes vão poder falar por mim Eu não existo longe de você e a solidão

ELEGIA DA MÚSICA INVASORA (João Pinheiro de Andrade Lyra)

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Certa música interna e azul me invade, e o coração domina, e minha vida; e o cérebro se esforça , mas duvida, se é dor não sabe, ou se é felicidade...

SONHANDO DEMAIS (Rita Mendonça)

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Eu queria ter você pra mim Assim; Sem precisar dizer "eu te amo".

'AS PALAVRAS' (Paulo Coelho)

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De todas as poderosas armas de destruição que o homem foi capaz de inventar, a mais terrível - e a mais covarde - é a palavra.

A FACE DA MÚSICA (Socorro Monteiro)

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A música toma a forma de fumaça azulada no infinito. Adentra aos nossos ouvidos com uma grande maciez. Se a audição enxergasse, a veria nas cores do arco-íris. Se a pele a tocasse, a sentiria um manto drapeado, transparente e sedoso, com o poder de acariciar o corpo.

'POR QUE NÃO?' (Bernard Shaw)*

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'Alguns homens vêem as coisas como elas são e perguntam: Por quê? Eu sonho com as coisas que nunca foram e pergunto:  Por que não?'

CONTEMPLANDO A LUA (Arlene Miranda)

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Noite calma, sombria, extasiante, Derramando o silêncio no telhado. Já não se ouve o sopro arquejante Do vento sibilando, inebriado.

SILÊNCIO (Magno Francisco da Silva)

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Júpiter (esq.) é visto ao lado da Lua (Anoitecer na Europa) Olhe para o céu Júpiter está ao lado da lua E eu? Estou aqui sem você.

'...VÊ BEM ONDE PISES...' (Paulo Leminski)

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Eu tão isósceles Você ângulo Hipóteses Sobre o meu tesão