Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacienñtes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

ELEGIA DA MÚSICA INVASORA (João Pinheiro de Andrade Lyra)


Certa música interna e azul me invade,
e o coração domina, e minha vida;
e o cérebro se esforça , mas duvida,
se é dor não sabe, ou se é felicidade...

E alegria não há, que tanto agrade
Meu ser que ao percebê-la se intimida,
e os mil arpejos teme da querida
e inspirada regência da saudade!

E a execução, que as vezes tanto dura,
tem sempre a mesma e bela partitura
que não sacia, mas abranda a fome

que teu amor, só ele, mataria,
pois essa intermitente sinfonia,
que me maltrata e alegra, tem teu nome!

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