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Mostrando postagens com o rótulo Madalena Sofia Galvão Viana

Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

Desatino (Madalena Sofia Galvão Viana)

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E era noite. O vento entrava de janela adentro e enchia o quarto com um quê de frieza, estranheza. De fato tudo parecia diferente, o vazio se espalhara pelo cômodo e pelo jeito não tinha pretensões de ir embora nem tão cedo, pelo menos até a noite ir primeiro.                     O ruído dos automóveis lá em embaixo era distante, quase que um zumbido. Nem parecia ser na mesma cidade, na mesma hora. Estava separada do zum zum da rua por cinco andares.                 Já passara a hora do ângelus e o friozinho que entrava anunciava uma noite tenebrosa. Do cinzeiro a fumaça do cigarro perdia força. A qualquer momento a porta iria abrir e ela precisava de uma explicação. Os pensamentos se aglutinavam em sua cabeça e pareciam se perderem em meio a um turbilhão de dúvidas.