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Mostrando postagens com o rótulo Miguel Almir L. de Araújo

Das Vantagens de Ser Bobo (Clarice Lispector)

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  O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar no mundo. O bobo é capaz de ficar sentado, quase sem se mexer por duas horas. Se perguntando por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando." Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia. O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não veem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os veem como simples pessoas humanas. O bobo ganha liberdade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski. Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea o

O Professor Instrutor e o Professor Educador (Miguel Almir L. de Araújo)

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Na cotidianidade das práticas educativas , duas posturas modulares podem ser encontradas naqueles que as conduzem: os que assumem o predomínio das características do papel de  professores instrutores  e os que se comprometem primordialmente com os propósitos de  professores educadores . São bastante relevantes e demarcadoras as diferenças entre as duas posturas. Os que “vestem a camisa” de professores instrutores assumem os encargos do papel de treinadores que viabilizam a profissionalização  dos indivíduos mediante conteúdos e técnicas estabelecidas de cunho funcional e pragmático. Desse modo, o que é prioritário é a instrução para os papéis sociais, para o domínio dos saberes técnicos e instrumentais que tendem a conformar e adaptar esses indivíduos aos padrões socialmente instituídos.