Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Mauro Gouvêa

Vida Subjuntiva (Emanuel Galvão)

Imagem
Foto: Eduardo Matysiak / Futurapress / Folhapress E se essa rua fosse minha E se a gente brincasse E se a bola ninguém furasse E se nossa trave seu João não chutasse Se na pistola ninguém pegasse Se o policial no menino preto não atirasse   Se essa rua fosse minha E nela ninguém mandasse Parar, quando a gente passasse E os documentos mostrasse E nossa mão se levantasse E nossa voz não calasse   Se essa rua fosse minha E a gente se rebelasse Entendendo a luta de classe E da política analisasse Sua cruel e podre face E acabasse o disfarce Atacando quem atacasse A gente multiplicasse E por força desse repasse Toda opressão cessasse   E se essa rua fosse minha Não tua! Eu não morava na rua Eu não dormia na praça Não mostrava a pele nua Não vestia a minha desgraça   Ah! se você entendesse Se você percebesse Se se compadecesse E intercedesse E retrocedesse   Talvez meu mundo Não fosse tão im...

Me Afirmo em Negativas (Mauro Gouvêa)

Imagem
Não sou muro nem parede Sou fino fio, tênue rede que não ampara a alma equilibrista nem segura a letra que se arrisca. não sou arrimo nem aprumo sou escassa sombra, volátil fumo que escora o verso que escorrega e não sustenta a rima cega. Não sou bússola ou sextante farol acesso ou mirante que alivia o navegar de Homero. Não sou o que querem, sou o que quero.