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Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Delírio (Olavo Bilac)

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Nua, mas para o amor não cabe o pejo Na minha a sua boca eu comprimia, E, em frêmitos carnais, ela dizia: - Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo! Na inconsciência bruta do meu desejo Fremente, a minha boca obedecia, E os seus seios, tão rígidos mordia, Fazendo-a arrepiar em doce arpejo. Em suspiros de gozos infinitos Disse-me ela, ainda quase em grito: - Mais abaixo, meu bem! - num frenesi. No seu ventre pousei a minha boca, - Mais abaixo, meu bem! - disse ela, louca Moralistas, perdoai! Obedeci...

Um Beijo (Olavo Bilac)

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Foste o beijo melhor da minha vida, ou talvez o pior...Glória e tormento, contigo à luz subi do firmamento, contigo fui pela infernal descida! Morreste, e o meu desejo não te olvida: queimas-me o sangue, enches-me o pensamento, e do teu gosto amargo me alimento, e rolo-te na boca malferida. Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo, batismo e extrema-unção, naquele instante por que, feliz, eu não morri contigo? Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto, beijo divino! e anseio delirante, na perpétua saudade de um minuto...

O Tempo (Olavo Bilac)

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Sou o Tempo que passa, que passa, Sem princípio, sem fim, sem medida! Vou levando a Ventura e a Desgraça, Vou levando as vaidades da Vida!

Hino À Bandeira (Francisco Braga / Olavo Bilac)

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Salve lindo pendão da esperança! Salve símbolo augusto da paz! Tua nobre presença à lembrança A grandeza da  Pátria   nos traz. Recebe o afeto que se encerra em nosso peito juvenil, Querido símbolo da terra, Da amada terra do Brasil! 

TERCETOS (Olavo Bilac)

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Noite ainda, quando ela me pedia Entre dois beijos que me fosse embora, Eu, com os olhos em lágrimas, dizia: "Espera ao menos que desponte a aurora! Tua alcova é cheirosa como um ninho... E olha que escuridão há lá por fora! Como queres que eu vá, triste e sozinho, Casando a treva e o frio de meu peito Ao frio e à treva que há pelo caminho?! Ouves? é o vento! é um temporal desfeito! Não me arrojes à chuva e à tempestade! Não me exiles do vale do teu leito! Morrerei de aflição e de saudade... Espera! até que o dia resplandeça, Aquece-me com a tua mocidade! Sobre o teu colo deixa-me a cabeça Repousar, como há pouco repousava... Espera um pouco! deixa que amanheça!" — E ela abria-me os braços. E eu ficava.