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Mostrando postagens de novembro, 2019

Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

Já Basta (Pedro "Pedrada" Caetano)

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Marielle – Mujer, de Joana Ziller "Memória de um tempo onde lutar Por seu direito é um defeito que mata"* Do preto de Nazaré até a preta da maré Vemos as marcas desta opressão O preconceito é aceito, só quem sofre vai saber Os flagelados com essa perseguição Eles podem até tentar a voz do povo calar Pela culatra o seu tiro foi em vão Como você vai dormir, com esse modo de agir Sua segurança vai vir da educação Oh, já basta! Oh, já basta! Memória de um tempo onde lutar Por seu direito é um defeito que mata Memória de um tempo onde lutar Por seu direito é um defeito que mata Dos humilhados e ofendidos, dos explorados e oprimidos Dos que lutam e querem a mudança Dos que nunca, perdem a esperança Sonho que se sonha junto muda realidade Por todos os nossos mártires da sociedade Pode parecer difícil termos capacidade De ver além do ouro e da prata Oh, já basta! Oh, já basta! Memória de um tempo onde lutar Por seu direito é um defeito que ma

Teus Olhos Negros, Tua Tez Morena (Carlos Manuel Arita)

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Fascina-me a brancura da açucena - as flores alvas são as mais bonitas - mas me atraem com forças infinitas teus olhos negros, tua tez morena. Como as flores, também, casta e serena, aos desejos de amar, por certo, incitas, porém só vejo, em ânsias vãs, aflitas, teus olhos negros, tua tez morena e se adorar-te fosse a minha pena, arrastaria tudo, humildemente (a alma, livre da angústia que a condena), para ter-te afinal sempre presente, amaria em silêncio, eternamente, teus olhos negros ... tua tez morena. (Honduras 1912 - 1989)