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Mostrando postagens de março, 2018

Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Folhas Mortas (Arnoldo Wiecheteck)

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Desprende-se uma folha amarelada, Logo outra lhe sucede e outras mais, Na calma de uma tarde acizentada, Como suspiros, lágrimas e áis. Folhas mortas, que tombam nas estradas, Na balada dos ritmos estivais, Levadas pelos ventos, em derrocada, Rolam, bailam, voam em espirais. Também sou como a folha desprendida, Rolando pelo outono dessa vida, Vagando com meu sonho já incolor. Caí numa alameda sossegada, Num êxtase de uma noite enluarada, Entre um beijo e uma lágrima de amor.

Ciclo da Vida (Lys Carvalho)

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Não tenho mais memória para lembrar palavras, músicas, datas e receitas, mas tenho um calor na alma, que abastece meu coração de ternura, amizade e muito amor. Já não tenho idade para correr, mas firmo, bem devagar, cada passo, no compasso da vida, contando e relembrando a pressa de um passado, no qual somos como frutas (frescas e viçosas). Não tenho mais a firmeza das mãos para escrever todas as lembranças de um passado que ainda vivo, mas, lembrar revigora a alma e o coração, para continuar a viver. Não tenho mais velhos e queridos amigos, mas tenho a felicidade de conquistar novos, reciclando meus conhecimentos e valorizações, tornando-me mais receptiva à vida. Não tenho mais pai, mãe, irmão, tias e tios, mas tenho guardado seus rostos e suas marcantes presenças, nos lindos momentos de minha vida. No ciclo da vida, somos como as nuvens que vão passando... e formando vários cenários, até que se dissolvem no céu. Hoje, as rugas (que marcam minha face) nada r

Derradeiro ‘AU REVOIR’ (Paulo Miranda Barreto)

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No dia em que os anjos caírem em si (algum tempo antes de Jesus voltar) já haverei de estar com Salvador Dali a ler Baudelaire nos jardins de Alá. . . Não há inferno aqui . . .  nem acolá! E ‘fogo eterno’ é o meu (anote aí)! No Além, sei muito bem que mal não há E eu lá, só vou colher o que escolhi. . . Do amor que dei dos versos que escrevi da paz que semeei .  . . farei um chá e brindarei á tudo o que vivi junto dos meus (e Deus nos louvará) De quem ficar não sei o que será. . . Talvez o mundo acabe em frenesi. . . Quem sabe continue como está. . . Ou mude pra melhor (como eu previ)! Só sei que nada sei . . .  mas, e daí? Se um dia saberei . . .  quem saberá? Quem sabe eu já sabia e me esqueci. . . (Acho que eu sempre soube) . . . E quem dirá se era verdade tudo o que  menti  se era mentira o que  fingi jurar ou se o que  não jurei e nem fingi  alguém jurou, fingiu no meu lugar? Os erros (que jamais admiti) já corrigi . . . não tenho o que pagar E