Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Ciclo da Vida (Lys Carvalho)



Não tenho mais memória para lembrar
palavras, músicas, datas e receitas,
mas tenho um calor na alma,
que abastece meu coração
de ternura, amizade e muito amor.

Já não tenho idade para correr,
mas firmo, bem devagar,
cada passo, no compasso da vida,
contando e relembrando
a pressa de um passado,
no qual somos como frutas
(frescas e viçosas).

Não tenho mais a firmeza das mãos
para escrever todas as lembranças
de um passado que ainda vivo,
mas, lembrar revigora a alma
e o coração, para continuar a viver.

Não tenho mais velhos e queridos amigos,
mas tenho a felicidade de conquistar novos,
reciclando meus conhecimentos e valorizações,
tornando-me mais receptiva à vida.

Não tenho mais pai, mãe, irmão, tias e tios,
mas tenho guardado seus rostos
e suas marcantes presenças,
nos lindos momentos de minha vida.

No ciclo da vida, somos como as nuvens
que vão passando...
e formando vários cenários,
até que se dissolvem no céu.

Hoje, as rugas
(que marcam minha face)
nada representam dentro do meu ser.
Vivo uma vida interior serena,
plena de grandes, boas e gratas
recordações!

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