Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Folhas Mortas (Arnoldo Wiecheteck)



Desprende-se uma folha amarelada,
Logo outra lhe sucede e outras mais,
Na calma de uma tarde acizentada,
Como suspiros, lágrimas e áis.

Folhas mortas, que tombam nas estradas,
Na balada dos ritmos estivais,
Levadas pelos ventos, em derrocada,
Rolam, bailam, voam em espirais.

Também sou como a folha desprendida,
Rolando pelo outono dessa vida,
Vagando com meu sonho já incolor.

Caí numa alameda sossegada,
Num êxtase de uma noite enluarada,
Entre um beijo e uma lágrima de amor.

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