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Mostrando postagens com o rótulo Lou Correia

Das Vantagens de Ser Bobo (Clarice Lispector)

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  O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar no mundo. O bobo é capaz de ficar sentado, quase sem se mexer por duas horas. Se perguntando por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando." Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia. O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não veem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os veem como simples pessoas humanas. O bobo ganha liberdade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski. Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea o

MULHER PLURAL (Lou Correia)

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Traz consigo o riso, a dor, a gargalhada, o pôr-do-sol, a aurora! Tem, em seus sonhos, de forma indelével, as doces marcas da eterna criança e da esperança. Às vezes, tal qual adolescente, medrosa e envergonhada, foge do afeto estendido, do toque sentido, do abraço lançado e dos beijos que lhe roçam a face. Mas, nas perigosas entrelinhas dos contratos do AMOR, como Mulher Plural, em essência e plenitude, se entrega, doce e farta. E deixa escapar seu coração, eterno apaixonado! Copyright © 2005 by Lou Correia All rights reserved.

ODE AO DESEJO (Lou Correia)

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Na loucura do sonho, acerco-me de ti que se me apresentas pleno de perigo, em vasto precipício... Alucinada, cheia de desejos, atiro-me em teus braços que me prendem por inteiro, caio num despenhadeiro de indizíveis sensações...