Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

A FACE DA MÚSICA (Socorro Monteiro)


A música toma a forma de fumaça azulada no infinito.
Adentra aos nossos ouvidos com uma grande maciez.
Se a audição enxergasse, a veria nas cores do arco-íris.
Se a pele a tocasse, a sentiria um manto drapeado,
transparente e sedoso, com o poder de acariciar o corpo.

Tem a imponência do amor e a leveza da pluma.
A música possui as cores de todas as borboletas.
Nela, estão contidos os arranjos de todos os passarinhos.
O florescer de todas as árvores.
O calor aquecedor de todos os ninhos.
Tem o poder de nos transformar, atingindo a alma.
Em fração de segundos, nos transportar ao paraíso.
Num passo de mágica, transplanta a face ao coração...
Expande o apogeu: o esplendoroso sorriso!
Se a música tomasse corpo, seria rio.
Cuja pureza incandescente fotografaria a areia,
com a precisão que a paixão domina o homem.
Suas águas deslizantes em seu leito 
tomariam o percurso inevitável,
como inevitável é a força do amor, 
que estremece os corpos aquecidos,
e deles, faz brotar o milagre da vida! 

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