Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

Imagem
Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Teste de Rorschach (Jürgen Von Felix)



Eu, quem Sou?
Qual a minha Cor?
Se tenho Cabelo que parece novelo,
De lã, buchado, que do pente a Amizade não tem.
Se insisto em pentear
Sou um sem Caráter, dominado.
Se ouso afros penteados,
Sou Negrinho metido, mal criado!
Aqui no Brasil, tenho ascendência mil.
Vermelho, Branco e
Negro Sudão.
Mas sou visto como menos escuro
Como menos claro... Não!
Se dou certo e consigo Diploma
Dizem que é minha obrigação,
Pois "Negro tem que mostrar o seu valor".
Quando não logro êxito e
O Sistema vence,
Sou execrado, Açoitado, retorno ao terror!
E se em Batalhas o Brasil se envolver,
Adivinha quem nela primeiro vai morrer:
Pretinho;
Moreno;
Mulato;
Negão...
Estou no limbo das cores
no Arco-iris da exclusão.

Copyright © 2018 by Jorge Felix
All rights reserved.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BORBOLETAS (Mario Quintana)

TERCETOS (Olavo Bilac)

Essa Negra Fulô (Jorge de Lima)

A Reunião dos Bichos (Antônio Francisco)

Se Voltares (Rogaciano Leite)

Eu Te Desejo (Flávia Wenceslau)

MEUS SECRETOS AMIGOS (Paulo Sant'Ana)