Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Caixa de Pandora (Emanuel Galvão)



"...as pessoas podiam fechar os olhos diante da grandeza, do assustador, da beleza, e podiam tapar os ouvidos
 diante da melodiaou de palavras sedutoras. Mas não podiam escapar ao aroma. 
Pois o aroma é um irmão da respiração - ele penetra nas pessoas, elas não podem escapar-lhe caso queiram viver.
E bem para dentro delas é que vai o aroma, diretamente para o coração, distinguindo lá categoricamente
entre atração e menosprezo, nojo e prazer, amor e ódio. Quem dominasse os odores dominaria o coração das pessoas."

Trecho de O Perfume - Patrick Suskind

Eu sei ler teu corpo
Não pense mal de mim
Sou feiticeira sim
Mas da porção do bem
Me quer?

De Zeus 
Com todo dote
Sou mulher semelhante as deusas imortais
Mulher com algo mais
Assim me fez Hefesto
Não digas que não presto
Sou da porção do bem
Me quer?

Se me quer, acredite
O desejo indomável quem me deu foi Afrodite
Prendada, feita para amar
Ensinou-me em arte Atená
Se tenho estas coisas que sei:
Fere, arranha
É que Hermes encheu-me
O coração de artimhanhas
Não sou do mal
Me quer?
Eu sou do bem
Me quer?

Se me quer, posso ler
No seu corpo
Seu querer
Não acredito em cartomante
Não acredito em quiromante
Sou amante
Leio o corpo

Tenho fogo, tenho terra
Tenho água
E te deixarei sem ar

Respire...
"O aroma é um irmão da respiração"
Você pode fechar os olhos
Para não ver
Pode não beijar, pra não gostar
Pode não tocar, pra não sentir
Mas não pode negar o odor
Não pode fugir do amor
Parar de respirar
Resistir

Vou ser sua
Em qualquer noite de lua
No quarto crescente
No minguante da solidão
Na nova possibilidade
Ou simplesmente cheia de amor

Se trago perigo
Se trago esperança
Se mulher ou mito
Sou fêmea e criança
Se revelo ou omito
O gosto da vingança
Presente 
Em forma de mulher

Não sou do mal
Me quer?
Eu sou do bem
Me quer?

Copyright © 2007 by Emanuel Galvão
All rights reserved. 

Do Livro Flor Atrevida - Pg 101 - Editora QuadriOffice 



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