Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema. Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I
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Hino à Negritude - Cântico à Africanidade Brasileira (Eduardo de Oliveira)
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I Sob o céu cor de anil das Américas Hoje se ergue um soberbo perfil É uma imagem de luz Que em verdade traduz A história do negro no Brasil Este povo em passadas intrépidas Entre os povos valentes se impôs Com a fúria dos leões Rebentando grilhões Aos tiranos se contrapôs Ergue a tocha no alto da glória Quem, herói, nos combates, se fez Pois que as páginas da História São galardões aos negros de altivez
II Levantado no topo dos séculos Mil batalhas viris sustentou Este povo imortal Que não encontra rival Na trilha que o amor lhe destinou Belo e forte na tez cor de ébano Só lutando se sente feliz Brasileiro de escol Luta de sol a sol Para o bem de nosso país Ergue a tocha no alto da glória Quem, herói, nos combates, se fez Pois que as páginas da História São galardões aos negros de altivez
III Dos Palmares os feitos históricos São exemplos da eterna lição Que no solo Tupi Nos legara Zumbi Sonhando com a libertação Sendo filho também da Mãe-África Arunda dos deuses da paz No Brasil, este Axé Que nos mantém de pé Vem da força dos Orixás Ergue a tocha no alto da glória Quem, herói, nos combates, se fez Pois que as páginas da História São galardões aos negros de altivez
IV Que saibamos guardar estes símbolos De um passado de heróico labor Todos numa só voz Bradam nossos avós Viver é lutar com destemor Para frente marchemos impávidos Que a vitória nos há de sorrir Cidadãs, cidadãos Somos todos irmãos Conquistando o melhor por vir Ergue a tocha no alto da glória Quem, herói, nos combates, se fez Pois que as páginas da História São galardões aos negros de altivez
Ora, se deu que chegou (isso já faz muito tempo) no bangüê dum meu avô uma negra bonitinha, chamada negra Fulô. Essa negra Fulô! Essa negra Fulô! Ó Fulô! Ó Fulô! (Era a fala da Sinhá) — Vai forrar a minha cama pentear os meus cabelos, vem ajudar a tirar a minha roupa, Fulô! Essa negra Fulô Essa negrinha Fulô! ficou logo pra mucama pra vigiar a Sinhá, pra engomar pro Sinhô! Essa negra Fulô! Essa negra Fulô! Ó Fulô! Ó Fulô! (Era a fala da Sinhá) vem me ajudar, ó Fulô, vem abanar o meu corpo que eu estou suada, Fulô! vem coçar minha coceira, vem me catar cafuné, vem balançar minha rede, vem me contar uma história, que eu estou com sono, Fulô! Essa negra Fulô! "Era um dia uma princesa que vivia num castelo que possuía um vestido com os peixinhos do mar. Entrou na perna dum pato saiu na perna dum pinto o Rei-Sinhô me mandou que vos contasse mais cinco". Essa negra Fulô! Essa negra Fulô! Ó Fulô! Ó Fulô! Vai botar para dormir esses meninos, Fulô! "minha mãe me penteou minha mad
Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande. As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela. Temos que nos bastar… nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém. As pessoas não se precisam, elas se completam… não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida. Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você. O segredo é não cuidar das bo
Como sândalo humilde que perfuma O ferro do machado que lhe corta, Eu hei de ter minha alma sempre morta Mas não me vingarei de coisa alguma. Se voltares um dia à minha porta, Tangida pela fome e pela bruma, Em vez da ingratidão, que desconforta, Terás um leito sobre um chão de pluma.
Que a força do medo que tenho Não me impeça de ver o que anseio Que a morte de tudo em que acredito Não me tape os ouvidos e a boca Porque metade de mim é o que eu grito Mas a outra metade é silêncio.
Rubem Alves Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que "não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma". Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia. Parafraseio o Alberto Caeiro: "Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma". Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que
Deus pede estrita conta de meu tempo. E eu vou do meu tempo, dar-lhe conta. Mas, como dar, sem tempo, tanta conta Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?
Se quiser plantar saudade Escalde bem a semente Plante num lugar bem seco Onde o sol seja bem quente Pois se plantar no molhado Quando crescer mata gente
Tenho um livro sobre águas e meninos. Gostei mais de um menino que carregava água na peneira. A mãe disse que carregar água na peneira era o mesmo que roubar um vento e sair correndo com ele para mostrar aos irmãos. A mãe disse que era o mesmo que catar espinhos na água O mesmo que criar peixes no bolso.
Tudo o que o Poeta escreve está resumido numa única palavra: Solidão. Escrever é distanciar-se do mundo para poder entendê-lo é uma forma de morrer. Viver é outra coisa ainda que alienada. Eu trocaria mil rimas por uma noite de amor. E trocaria um belo poema sobre a fome por um singelo prato de comida. *veja mais do autor aqui:
* Tinha sete anos apenas, apenas sete anos, Que sete anos! Não chegava nem a cinco! De repente umas vozes na rua me gritaram Negra! Negra! Negra! Negra! Negra! Negra! Negra! Negra! "Por acaso sou negra?" – me disse SIM! "Que coisa é ser negra?" Negra! E eu não sabia a triste verdade que aquilo escondia.
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