Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

Imagem
Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

MÃE (Caetano Emanuel Viana Teles Veloso)




Palavras, calas, nada fiz
Estou tão infeliz
Falasses, desses, visse não
Imensa solidão


Eu sou um Rei que não tem fim
Que brilhas dentro aqui
Guitarras, salas, vento, chão
Que dor no coração
Cidades, mares, povo, rio
Ninguém me tens amor
Cigarra, camas, colos, ninhos
Um pouco de calor
Eu sou um homem tão sozinho
Mas brilhas no que sou
E o teu caminha e o meu caminho
É um nem vais nem vou
Meninos, ondas, becos, mãe
E só porque não estais
És para mim que nada mais
Na boca das manhãs
Sou triste, quase um bicho triste
E brilhas mesmo assim
Eu canto, grito, corro, rio
E nunca chego a ti.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Essa Negra Fulô (Jorge de Lima)

BORBOLETAS (Mario Quintana)

Se Voltares (Rogaciano Leite)

ESCUTATÓRIA (Rubem Alves)

Antepasto (Antônio Miranda)

Gritaram-me Negra (Victoria Santa Cruz)