Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

Imagem
Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

LÍNGUA (Emanuel Galvão)



Quisera fazer versos
Como quem com ardor
Beija uma mesma boca
Buscando obter da mesma língua
Novos e singulares universos.
A fúria das palavras nunca ditas
Aquelas que vivem ainda à míngua
De não ter chegado sua vez
E por se encontrar tal qual sobejo
Sonham assim aflitas
Como lábios que procuram com avidez
Sabores diferentes em cada novo beijo.

Quisera, pois, beijar tua boca
Pensando ser sempre a primazia.
Para quando dispor da mesma língua
Sentir afim, novo desejo
Criar enfim, nova poesia.


Copyright © 2007 by Emanuel Galvão
All rights reserved.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BORBOLETAS (Mario Quintana)

TERCETOS (Olavo Bilac)

Essa Negra Fulô (Jorge de Lima)

Se Voltares (Rogaciano Leite)

A Reunião dos Bichos (Antônio Francisco)

Eu Te Desejo (Flávia Wenceslau)

Felicidade (Vicente de Carvalho)