Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

SERRA DA BARRIGA (Rosimeire Bernado)


Desprendo de mim e ouço
as fortes pisadas nas folhas secas.
Será um negro cansado fugindo do branco?
Ou serei eu, fugindo do descuido humano?
Mundaú quase não te lambe, Serra.
Mundaú está morrendo.

Daqui de cima o vejo
correndo devagar, sem forças
com os ossos que se mostram
sem nenhum pudor.
Cuidado Serra!
As canas que te beijam
podem te engolir.
Cuidado serra!
Os animais que pensam
podem te desmatar.
Negro que lutou
para viver em liberdade
teus descendentes lutam
para se libertar da ganância
dos novos senhores de engenho.
Oh liberdade quase conquistada!
Não se afasta!
Não quero a liberdade amanhã.
QUERO SER LIVRE HOJE. —


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