Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

TRANSPARENTES VISÕES (Ronaldo Bello)




De repente paro...
E fico a olhar uma pequena janela,
Onde vejo um rosto desfigurado
e sem ânimo até para sorrir.

O rosto me pareceu de um herói,
vencido pelas barreiras e pelos obstáculos
que não conseguiu pular,
e se deu por vencido.

Os cabelos, os olhos e a boca,
me pareceram de palhaço,
de um palhaço sem graça
que abandonou o picadeiro
por não saber mais oque fazer
para ele mesmo rir.

Mas ele me olhava nos olhos...
E eu vi que ele tentava dizer-me:
Que era preciso sorrir, vencer as barreiras
e os obstáculos,
não se dar por vencido.
De repente eu vejo dos seus olhos,
duas lágrimas caírem.
E volto a mim.
Percebo que não estou diante de uma janela,
e sim, diante do espelho do meu quarto.


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