Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacienñtes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

O ÚLTIMO AMAR (Valmir Pimentel Amaral)



Amanhã, virás aqui, solícita, pedindo-me
a minha mão para ajudar-te nos intentos
que te fazem mais mulher e, a mim, mais homem.
Sou eu a tua lâmpada, o perfeito gênio
que te satisfaz nas horas mais frementes.
Não! A tua insaciedade me compraz e,
nela, sou escravo algemado sem revelia.
Esfregas as  tuas mãos no meu corpo-pedinte
só para me veres atônito entre teus dedos,
brincando-me, fazendo-me de cabra-cega da tua libido.
Amanhã, depois de dar-te o meu corpo,
saciar-te por algumas horas, suarmos
corpos, lençóis, travesseiros, sexos,
antes mesmo que tu acordes sedenta
feito eu mais homem e tu mais mulher,
dir-te-ei adeus.

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