Vida Subjuntiva (Emanuel Galvão)

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Foto: Eduardo Matysiak / Futurapress / Folhapress E se essa rua fosse minha E se a gente brincasse E se a bola ninguém furasse E se nossa trave seu João não chutasse Se na pistola ninguém pegasse Se o policial no menino preto não atirasse   Se essa rua fosse minha E nela ninguém mandasse Parar, quando a gente passasse E os documentos mostrasse E nossa mão se levantasse E nossa voz não calasse   Se essa rua fosse minha E a gente se rebelasse Entendendo a luta de classe E da política analisasse Sua cruel e podre face E acabasse o disfarce Atacando quem atacasse A gente multiplicasse E por força desse repasse Toda opressão cessasse   E se essa rua fosse minha Não tua! Eu não morava na rua Eu não dormia na praça Não mostrava a pele nua Não vestia a minha desgraça   Ah! se você entendesse Se você percebesse Se se compadecesse E intercedesse E retrocedesse   Talvez meu mundo Não fosse tão im...

CORSÁRIO (João Bosco, Aldir Blanc)




Meu coração tropical
Está coberto de neve


Mas
Ferve em seu cofre gelado
A voz vibra
E a mão escreve
Mar
Bendita lâmina grave que
Fere a parede
E traz
As febres loucas e breves
Que mancham o silêncio
E o cais

Roserais
Nova granada de espanha
Por você
Eu teu corsário preso
Vou partir
A geleira azul da solidão
E buscar a mão do mar
Me arrastar até o mar
Procurar o mar

Mesmo que eu mande em garrafas
Mensagens por todo o mar
Meu coração tropical
Partirá esse gelo
E irá
Como as garrafas de náufragos
E as rosas partindo o ar
Nova granada de espanha
E as rosas partindo o ar




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