Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Romaria (Renato Teixeira)



É de sonho e de pó 
o Destino de um só
Feito eu perdido em pensamentos sobre o meu cavalo 

É de laço e de nó 

De gibeira o jiló 

Dessa vida, comprida, a só.

Sou caipira pira pora Nossa Senhora De Aparecida
Ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida.



O meu pai foi peão,
Minha mãe solidão,
meus irmãos perderam-se na vida a custa de aventuras.
Descasei e joguei, investi desisti 
Se há sorte, eu não sei, nunca vi.

Sou caipira pira pora Nossa Senhora De Aparecida
Ilumina a mina escura e funda, o trem da minha vida.

Me disseram porém 

que eu viesse aqui 

pra pedir de romaria e prece paz dos desaventos 

como eu não sei rezar 

só queria mostrar 

meu olhar, meu olhar, meu olhar.

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