Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

Imagem
Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Canto e Palavra (Affonso Romano de Sant'Anna / Eliezer Setton)

Foto: Lícia Peixoto

Todo homem é vário.
Vário e múltiplo. Eu sou
menos:  Sou duplo
e me contento com o que sou.

Sou primeiro o canto
e o que cantou
e só depois – palavra
e o que falou.

Quereis saber
como eu faço
ou de mim como eu quero?
É fácil:...

Difícil é demarcar
o limite, o dia, o instante
em que o homem
de seu canto se destaca,
em que o homem se desfaz...

Em que o homem
se destaca e se desfaz...
Em que o homem...
Todo homem...


Todo homem é vário.

Vário e múltiplo.





                                                                                          

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

TERCETOS (Olavo Bilac)

BORBOLETAS (Mario Quintana)

A Reunião dos Bichos (Antônio Francisco)

Essa Negra Fulô (Jorge de Lima)

ESCUTATÓRIA (Rubem Alves)

Se Voltares (Rogaciano Leite)

A FLOR E A FONTE (Vicente de Carvalho)

Delírio (Olavo Bilac)