Vida Subjuntiva (Emanuel Galvão)

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Foto: Eduardo Matysiak / Futurapress / Folhapress E se essa rua fosse minha E se a gente brincasse E se a bola ninguém furasse E se nossa trave seu João não chutasse Se na pistola ninguém pegasse Se o policial no menino preto não atirasse   Se essa rua fosse minha E nela ninguém mandasse Parar, quando a gente passasse E os documentos mostrasse E nossa mão se levantasse E nossa voz não calasse   Se essa rua fosse minha E a gente se rebelasse Entendendo a luta de classe E da política analisasse Sua cruel e podre face E acabasse o disfarce Atacando quem atacasse A gente multiplicasse E por força desse repasse Toda opressão cessasse   E se essa rua fosse minha Não tua! Eu não morava na rua Eu não dormia na praça Não mostrava a pele nua Não vestia a minha desgraça   Ah! se você entendesse Se você percebesse Se se compadecesse E intercedesse E retrocedesse   Talvez meu mundo Não fosse tão im...

Tempo e Movimento (Cavalcanti Barros)



Viajor-comando, faz-me o pensamento.
No sideral levito espaço em fora.
Além postado, o conhecer, embora,
em vão me ajude o parco entendimento.

Marcar-me encontro, aqui, no sempre-agora.
Olhar a Terra e Sol em movimento.
Sentir no Cosmos um único momento.
Não ver o tempo no pulsar da hora.

Juntar extremos em só flagrante:
Vida e morte da terra, num instante
(ver a primeira e a última explosão).

E sob o olhar de Deus, sorrindo ao lado,
um micro-ship atento e emocionado
programando um robô chamado Adão.

(Livro Tempo de Agora, pg 27)

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