Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

Tempo e Movimento (Cavalcanti Barros)



Viajor-comando, faz-me o pensamento.
No sideral levito espaço em fora.
Além postado, o conhecer, embora,
em vão me ajude o parco entendimento.

Marcar-me encontro, aqui, no sempre-agora.
Olhar a Terra e Sol em movimento.
Sentir no Cosmos um único momento.
Não ver o tempo no pulsar da hora.

Juntar extremos em só flagrante:
Vida e morte da terra, num instante
(ver a primeira e a última explosão).

E sob o olhar de Deus, sorrindo ao lado,
um micro-ship atento e emocionado
programando um robô chamado Adão.

(Livro Tempo de Agora, pg 27)

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