Vida Subjuntiva (Emanuel Galvão)

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Foto: Eduardo Matysiak / Futurapress / Folhapress E se essa rua fosse minha E se a gente brincasse E se a bola ninguém furasse E se nossa trave seu João não chutasse Se na pistola ninguém pegasse Se o policial no menino preto não atirasse   Se essa rua fosse minha E nela ninguém mandasse Parar, quando a gente passasse E os documentos mostrasse E nossa mão se levantasse E nossa voz não calasse   Se essa rua fosse minha E a gente se rebelasse Entendendo a luta de classe E da política analisasse Sua cruel e podre face E acabasse o disfarce Atacando quem atacasse A gente multiplicasse E por força desse repasse Toda opressão cessasse   E se essa rua fosse minha Não tua! Eu não morava na rua Eu não dormia na praça Não mostrava a pele nua Não vestia a minha desgraça   Ah! se você entendesse Se você percebesse Se se compadecesse E intercedesse E retrocedesse   Talvez meu mundo Não fosse tão im...

Dimensão dos Sonhos (Mendonça Júnior)



Antônio toma o teu veleiro e sai
sem rumo certo, para o mais além,
antes que o vento pare e a tarde acabe.

Chega sempre mais longe quem não sabe
nem deseja saber aonde vai,
o que nenhum itinerário tem.

Persegue o amanhã, o mais distante,
velas abertas, quilhas sobre os mares
e, por muito mais longe que chegares.
tenta sempre ir um pouco mais adiante.

Solta os olhos andejos e tristonhos
no fugitivo azul do mais além,
o mar é grande, mas o mar não tem
a imensurável dimensão dos sonhos.



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