Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

ELE FALAVA DE AMOR (Emanuel Galvão)


Alguém pronunciava, nas praças,
Que a verdade e o amor sempre vencem,
Apesar das ameaças.
E falava mais... e falava com força.
Como era ferrenha a abelha
Como era simples a flor.

E todos tinham que cumprir
Seu importante papel,
Pois, sem o feroz e o frágil,
Seria impossível a produção do mel.
Ele disse que um sorriso,
Um outro sorriso atrai,
Que amar é preciso
Por isso vos digo: amai!
Se lhe pedissem um explicação
Para o amar,
Ele dizia:
De-me um bom motivo para odiar.
E quando, finalmente, perguntaram-lhe
Quem era, e porque falava ao léu,
Se era filósofo ou sábio,
Se era louco ou profeta,
Ele sorria e respondia:
Cumpro apenas o meu papel,
Sou simplesmente um poeta.
Não sei quem era, ao certo,
Seu nome, religião, nem lembro sua cor
Mas ninguém me fez tanto bem.
Só sei que falava e amava,
Sorria,
E em cada palavra que pronunciava,

Ele falava de amor.

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