Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

BOMBEIRO (Anônimo)




Não há neve nem vento,
Não há calor nem frio,
Não se pode perder tempo
Quando há vidas por um fio.
Do lado de fora do nada,
Um crer infinito se sente,
Troca-se uma boa esplanada,
Quando salvar é urgente.
Oh homens sem medo!
Oh gente destemida e ousada!
Porque vos apontam o dedo
Quando o que recebeis é nada?
Sentem aquele grito lancinante,
Deixam tudo para trás,
Sem vacilar um instante,
Travam sempre batalhas pela paz.
O infortúnio é a sua direcção,
Lá está alguém que nunca deles se lembrou,
É sempre nada o que se perde,
O que importa é o que se ganhou.
O sonho que os invade é servir,
O espírito que os anima é agir,
Não há raças nem credos,
Querem ver alguém sorrir.
Imponente este edifício,
Pequeno o seu poder,
Salvar é dever de “ofício”,
Ainda que tenha de morrer.
Não procuram notoriedade,
No socorro são sempre os primeiros,
Despidos de toda a vaidade,
Estes SERES são BOMBEIROS.

Assinalando a data, um bombeiro, que solicitou o anonimato, presta aqui a sua homenagem, com o poema abaixo publicado, a todos os bombeiros com farda e sem ela, na ativa e os já falecidos.

*texto retirado do blog http://bombeirodedeus.blogs.sapo.pt/




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