Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Escambo (Emanuel Galvão)





 Acredito que o amor à primeira vista
Possa parecer fascinante
Acredito em amor a primeira vista!
Mas não acredito que seja cego
- amor finge que não vê –
Porque se distrai
Com coisas lindas e banais
Porque o que os olhos não veem
O coração não sente
Acredite em amores inocentes
Acredite em amores à primeira vista.


Amor deve ser sempre à vista.
Por isso desista
Dos amores à prestação,
Dos amores em promoção,
E principalmente
Os de liquidação
Têm sempre noventa por cento
De o saldo dar errado
– amores desesperados –

Amor tem que ter crédito
Mas não se paga com cartão
Amor se paga com amor
Amor é escambo!
– primitivo amor que dá e recebe –
Onde beijos e carícias
São moedas fortes.

Amores de valores
Não estão disponíveis em bolsas
Não permitem sociedade anônima
Não podem ter paralelos, nem é comercial.
Amor que é amor, não se abala:
Com boatos ou especulações
- sentidos e corações –
Não se fiscaliza, nem se assegura em contrato.
Amor enxerga...
Mas acredite!
Lidar com amor

É uma questão de tato.

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