Vida Subjuntiva (Emanuel Galvão)

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Foto: Eduardo Matysiak / Futurapress / Folhapress E se essa rua fosse minha E se a gente brincasse E se a bola ninguém furasse E se nossa trave seu João não chutasse Se na pistola ninguém pegasse Se o policial no menino preto não atirasse   Se essa rua fosse minha E nela ninguém mandasse Parar, quando a gente passasse E os documentos mostrasse E nossa mão se levantasse E nossa voz não calasse   Se essa rua fosse minha E a gente se rebelasse Entendendo a luta de classe E da política analisasse Sua cruel e podre face E acabasse o disfarce Atacando quem atacasse A gente multiplicasse E por força desse repasse Toda opressão cessasse   E se essa rua fosse minha Não tua! Eu não morava na rua Eu não dormia na praça Não mostrava a pele nua Não vestia a minha desgraça   Ah! se você entendesse Se você percebesse Se se compadecesse E intercedesse E retrocedesse   Talvez meu mundo Não fosse tão im...

MENINO (Natália Monte)




Menino, não me olha no olho
Senão, bamba, me encolho
E mil sorrisos hei de dar,
Minhas bochechas vão corar

Menino, não me fala assim,
Teu semblante é doce,
Como tão solto fosse
Teu sorriso de marfim



Menino, teu falar é mel,
Intacto como arranha-céu,
Não te chegues tão perto,
Ou meu pulso flui incerto

Menino, teu olhar é fascínio,
Tu és fantástico, faceiro
Teu abraço mantém domínio
Sob a saudade do dia inteiro

Menino, não brinca comigo,
Não te rias, não sejas cru
Vez que sabes que és tu
Instável, intenso, perigo. 

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