Vida Subjuntiva (Emanuel Galvão)

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Foto: Eduardo Matysiak / Futurapress / Folhapress E se essa rua fosse minha E se a gente brincasse E se a bola ninguém furasse E se nossa trave seu João não chutasse Se na pistola ninguém pegasse Se o policial no menino preto não atirasse   Se essa rua fosse minha E nela ninguém mandasse Parar, quando a gente passasse E os documentos mostrasse E nossa mão se levantasse E nossa voz não calasse   Se essa rua fosse minha E a gente se rebelasse Entendendo a luta de classe E da política analisasse Sua cruel e podre face E acabasse o disfarce Atacando quem atacasse A gente multiplicasse E por força desse repasse Toda opressão cessasse   E se essa rua fosse minha Não tua! Eu não morava na rua Eu não dormia na praça Não mostrava a pele nua Não vestia a minha desgraça   Ah! se você entendesse Se você percebesse Se se compadecesse E intercedesse E retrocedesse   Talvez meu mundo Não fosse tão im...

E "Ô" ou "O" (Ricardo Mello)




Se fecha bem é catota
Se abre então é patota
De novo e aperta e é gota
Outra vez solta e faz bota

As letras mudam de som
Tem muitos tons nossa voz
Seja fechada ou aberta
Elas só partem de nós



Fechou e pronto é agosto
Retorna a abrir já é aposta
De novo tranca está posto
Volta a expandir e se gosta

Podia usar um chapéu
Este nosso "O" querido
Quando quisesse se "Ô"
Livrava o mal-entendido

Garota,capota, raposa
Marota, paçoca, esposa

Brincadeiras com as palavras
Sopas de letras amigas
Alimentam nossas almas
Mas não as nossas barrigas


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