Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

O CORAÇÃO DOS OUTROS É TERRA QUE NINGUÉM VAI (Emanuel Galvão)



Como saber...
Ter a certeza
Nem precisava ser certeza
Poderia ser talvez
Poderia ser quem sabe
Qualquer coisa que desse
Um pouquinho de esperança
Só não pode ser mais ninguém
Mas coração é terra que ninguém vai
Por isso quando me perguntam
O que eu mais gostaria de ser
Apesar de ninguém entender
Eu queria ser ninguém
Para visitar teu coração
E a partir dele todo resto
Pois se ninguém pode
Eu posso
Se ninguém se atreve
Sou ousado
Quero ser teu
Tu serás minha
E no ímpeto de coragem
Esquecendo minha timidez
Peguei o telefone, liguei
Tu atendeste, fiquei calado
O teu alô repetitivo
Quase que desesperado
Ao que respondestes a indagação de alguém
- como que sabendo do meu amor –
- Quem era?
- Ninguém!
E desligou.

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