Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

AGORA JAZ (Marla de Queiroz)




Eretas tuas palavras,
imponente teu discurso
viril todo o teu porte.
E o tempo estendido
empregado em discorrer
sobre as tuas qualidades
e sobre o meu decote.

Foi forte a sedução
desse teu corpo quente,
pegada obstinada.
A argúcia e a certeza
de que eu era a
tua presa adequada.

Mas bem na hora exata
da entrega insensata
em que me fiz constante,
fiel àquele instante...
Tua fala feito faca
soberba, inesperada.

Desisto na hora certa
mesmo te parecendo errada:
pois transo com pessoas,
pra estas eu me entrego.
Não trepo com seus egos.


*veja mais da autora aqui:

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