Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco. A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado. Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas. São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir é
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Estrangeirismo ( Carlos Silva / Sandra Regina)
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Outro dia, me convidaram para irmos ao MC DONALD’S, comermos CHEESE BURGER!...
O salão estava lotado e fizemos os pedidos através de um tal de... DRIVE THRU. Os colegas, percebendo a minha irritação, disseram:
-- Se tu tiver com pressa, eles têm um sistema de DELIVERY, maravilhoso!!!
Desacostumado com este linguajar, chamei os cabras:
- Vâmo s’imbóra!
Seguimos pela avenida HENRIQUE SCHAUMANN, onde pude observar um OUTDOOR. Estava escrito: CHINA IN BOX, e uma seta indicativa: PARKING. Nós não paramos por lá não.
Seguimos mais adiante, avistamos um restaurante bonito e luxuoso, e na porta de entrada, uma luz NEONpiscando escrita: OPEN.
Quando olhei pro chão, pude ver, estampado, um capacho com a bandeira americana, me convidando:WELLCOME.
Ao adentrarmos naquele recinto, eu pude observar, na sua decoração e nas paredes, que estava escrito assim:ICE CAKE, CHEESE EGG, CHEESE BURGER e FAST FOOD.
Eu pensei comigo: “FOOD" na Bahia a gente USA numa outra situação…
Do meu lado esquerdo, uma garota tomava uma cerveja numa lata vermelha e azul, cuja marca era BUDWEISER. O camarada que lhe acompanhava tomava sua LONG NECK... HEINEKEN.
Do meu lado direito, uma loira bonita, peituda, falava pro cabra com voz sensual assim:
-- Eu trabalho numa RELAX FOR MAN…
E ele pergunta pra ela:
-- Fica próximo do Motel MY FLOWERS? E ela lhe responde:
-- Não BABY, fica junto à NIGHT CLUB WONDERFUL PENETRATION!
A fome aumentava - juntamente com a raiva - e eu não sabia se pedia um HOT DOG, ou um simples cachorro-quente.
Emputecido mais uma vez com aquela situação, chamei os caboclos:
- Vâmo s’imbóra!
Na saída, o manobrista nos recebe e nos entrega as chaves do nosso possante veículo – um fusca 68 fabricado em Volta Redonda na época do presidente JUSCELINO KUBI ... TISCHEK.
Ele olha pra mim e me diz:
-- THANK YOU SIR!... AND HAVE A GOOD NIGHT!
E eu, usando toda minha simplicidade e educação que aprendi no Sertão da Bahia, olhei pra ele e lhe disse:
- Vá PRA PUTA QUE LHE PARIU!!!
Cantando:
Eu gostaria de falar com o Presidente Pra cuidar melhor da gente Que vive neste país. Nossa gramática está tão dividida Tem gente falando happy... Pensando que é feliz!
Acabaria com esse tal e estrangeirismo Que deturpa nossa língua E muda tudo de uma vez! E os mendigos, que hoje vivem na calçada, Ensinariam ao brasileiro... Que aqui se fala o Português!
Eu sou simples, sou composto, Oculto, indeterminado, Particípio, eu sou gerúndio, Sou fonema, sim senhor! Adjetivo, predicado, eu sou sujeito, Ainda trago no meu peito... Este país, com muito amor.
Eu sou simples, sou composto, Oculto, indeterminado, Particípio, eu sou gerúndio, Sou fonema, sim senhor! Adjetivo, predicado, eu sou sujeito, Ainda trago no meu peito... Este país, com muito amor.
Lá no cento da cidade, Quase que eu morri de fome, Tanta coisa, tanto nome, Eu sem saber pronunciar! É fast food, delivery, self-service, Hot-dog, catchup… Eu só queria almoçar.
Lá no cento da cidade, Quase que eu morri de fome, Tanta coisa, tanto nome, Eu sem saber pronunciar! É fast food, delivery, self-service, Hot-dog, catchup…
Eu gostaria de falar com o Presidente Pra cuidar melhor da gente Que vive neste país. Nossa gramática está tão dividida Tem gente falando happy Pensando que é feliz!
Acabaria com esse tal e estrangeirismo Que deturpa nossa língua E muda tudo de uma vez! E os mendigos, que hoje vivem na calçada, Ensinariam ao brasileiro... Que aqui se fala o Português!
Eu sou simples, sou composto, Oculto, indeterminado, Particípio, eu sou gerúndio, Sou fonema, sim senhor! Adjetivo, predicado, eu sou sujeito, Ainda trago no meu peito... Este país, com muito amor.
Eu sou simples, sou composto, Oculto, indeterminado, Particípio, eu sou gerúndio, Sou fonema, sim senhor! Adjetivo, predicado, eu sou sujeito, Ainda trago no meu peito... Este país, com muito amor.
Lá no cento da cidade, Quase que eu morri de fome, Tanta coisa, tanto nome, Eu sem saber pronunciar! É fast food, delivery, self service, Hot dog, catchup… Eu só queria almoçar.
Lá no cento da cidade, Quase que eu morri de fome, Tanta coisa, tanto nome, Eu sem saber pronunciar! É fast food, delivery, self service Hot-dog, catchup… Meu Deus, onde é que eu vim parar!...
Noite ainda, quando ela me pedia Entre dois beijos que me fosse embora, Eu, com os olhos em lágrimas, dizia: "Espera ao menos que desponte a aurora! Tua alcova é cheirosa como um ninho... E olha que escuridão há lá por fora! Como queres que eu vá, triste e sozinho, Casando a treva e o frio de meu peito Ao frio e à treva que há pelo caminho?! Ouves? é o vento! é um temporal desfeito! Não me arrojes à chuva e à tempestade! Não me exiles do vale do teu leito! Morrerei de aflição e de saudade... Espera! até que o dia resplandeça, Aquece-me com a tua mocidade! Sobre o teu colo deixa-me a cabeça Repousar, como há pouco repousava... Espera um pouco! deixa que amanheça!" — E ela abria-me os braços. E eu ficava.
Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco. A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado. Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas. São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir é
Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande. As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela. Temos que nos bastar… nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém. As pessoas não se precisam, elas se completam… não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida. Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você. O segredo é não cuidar das bo
Como sândalo humilde que perfuma O ferro do machado que lhe corta, Eu hei de ter minha alma sempre morta Mas não me vingarei de coisa alguma. Se voltares um dia à minha porta, Tangida pela fome e pela bruma, Em vez da ingratidão, que desconforta, Terás um leito sobre um chão de pluma.
Eu vinha de Canindé Com sono e muito cansado Quando vi, perto da estrada Um juazeiro copado. Subi, armei minha rede, Fiquei nele deitado. Como a noite estava linda Procurei ver o cruzeiro, Mas cansado como estava Peguei no sono ligeiro, Só acordei com os gritos Debaixo do juazeiro. Quando olhei para baixo Eu vi um porco falando, Um cachorro e uma cobra E um burro reclamando, Um rato e um morcego E uma vaca escutando. O porco dizia assim: -“Pelas barbas do capeta! Se nós ficarmos parados A coisa vai ficar preta... Do jeito que o homem vai Vai acabar o planeta. Já sujaram os sete mares Do Atlântico ao mar Egeu, As florestas estão capengas, Os rios da cor de breu E ainda por cima dizem Que o seboso sou eu. Os bichos bateram palmas, O porco deu com a mão, O rato se levantou E disse: – “Prestem atenção, Eu também já não suporto Ser chamado de ladrão. O homem, sim, mente e rouba, Vende a honra, compra o nome. Nós só pegamos a sobra Daquilo
Rubem Alves Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que "não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma". Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia. Parafraseio o Alberto Caeiro: "Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma". Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que
Ora, se deu que chegou (isso já faz muito tempo) no bangüê dum meu avô uma negra bonitinha, chamada negra Fulô. Essa negra Fulô! Essa negra Fulô! Ó Fulô! Ó Fulô! (Era a fala da Sinhá) — Vai forrar a minha cama pentear os meus cabelos, vem ajudar a tirar a minha roupa, Fulô! Essa negra Fulô Essa negrinha Fulô! ficou logo pra mucama pra vigiar a Sinhá, pra engomar pro Sinhô! Essa negra Fulô! Essa negra Fulô! Ó Fulô! Ó Fulô! (Era a fala da Sinhá) vem me ajudar, ó Fulô, vem abanar o meu corpo que eu estou suada, Fulô! vem coçar minha coceira, vem me catar cafuné, vem balançar minha rede, vem me contar uma história, que eu estou com sono, Fulô! Essa negra Fulô! "Era um dia uma princesa que vivia num castelo que possuía um vestido com os peixinhos do mar. Entrou na perna dum pato saiu na perna dum pinto o Rei-Sinhô me mandou que vos contasse mais cinco". Essa negra Fulô! Essa negra Fulô! Ó Fulô! Ó Fulô! Vai botar para dormir esses meninos, Fulô! "minha mãe me penteou minha mad
Lá vem o acendedor de lampiões da rua! Este mesmo que vem infatigavelmente, Parodiar o sol e associar-se à lua Quando a sombra da noite enegrece o poente!
"Deixa-me, fonte!" Dizia A flor, tonta de terror. E a fonte, sonora e fria, Cantava, levando a flor. "Deixa-me, deixa-me, fonte! " Dizia a flor a chorar: "Eu fui nascida no monte... "Não me leves para o mar". E a fonte, rápida e fria, Com um sussurro zombador, Por sobre a areia corria, Corria levando a flor. "Ai, balanços do meu galho, "Balanços do berço meu; "Ai, claras gotas de orvalho "Caídas do azul do céu!... Chorava a flor, e gemia, Branca, branca de terror, E a fonte, sonora e fria Rolava levando a flor. "Adeus, sombra das ramadas, "Cantigas do rouxinol; "Ai, festa das madrugadas, "Doçuras do pôr do sol; "Carícia das brisas leves "Que abrem rasgões de luar... "Fonte, fonte, não me leves, "Não me leves para o mar!... " As correntezas da vida E os restos do meu amor Resvalam numa descida Como a da fo
Deus pede estrita conta de meu tempo. E eu vou do meu tempo, dar-lhe conta. Mas, como dar, sem tempo, tanta conta Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?
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