Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

Escambo (Emanuel Galvão)





 Acredito que o amor à primeira vista
Possa parecer fascinante
Acredito em amor a primeira vista!
Mas não acredito que seja cego
- amor finge que não vê –
Porque se distrai
Com coisas lindas e banais
Porque o que os olhos não veem
O coração não sente
Acredite em amores inocentes
Acredite em amores à primeira vista.


Amor deve ser sempre à vista.
Por isso desista
Dos amores à prestação,
Dos amores em promoção,
E principalmente
Os de liquidação
Têm sempre noventa por cento
De o saldo dar errado
– amores desesperados –

Amor tem que ter crédito
Mas não se paga com cartão
Amor se paga com amor
Amor é escambo!
– primitivo amor que dá e recebe –
Onde beijos e carícias
São moedas fortes.

Amores de valores
Não estão disponíveis em bolsas
Não permitem sociedade anônima
Não podem ter paralelos, nem é comercial.
Amor que é amor, não se abala:
Com boatos ou especulações
- sentidos e corações –
Não se fiscaliza, nem se assegura em contrato.
Amor enxerga...
Mas acredite!
Lidar com amor

É uma questão de tato.

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