Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

MEU SERTÃO ESTÁ DE LUTO (Romero Baia)



Meu sertão fica mais triste
Quando morre um vaqueiro
E se ele for sanfoneiro
O sertanejo não resiste 
Grita esperneia e persiste
Asa branca pobre bichinho
Agoniada foge do ninho
Em busca do som do baião 
Morreu seu Dominguinhos
Sucessor do
Gonzagão 


Fica a pergunta no ar
De quem será a sanfona
De um dono ou de uma dona
Que possa nos alegrar
Tem que saber animar
Como animou
Gonzagão

No xote xaxado baião
Sem o fole rasgar
Seja ligeiro na mão
Quinem voo de carcará

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