Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema. Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I
Gerar link
Facebook
Twitter
Pinterest
E-mail
Outros aplicativos
Somos Hoje Matemática (Branca Barão)
Gerar link
Facebook
Twitter
Pinterest
E-mail
Outros aplicativos
-
A
soma de todas as experiências que tivemos até aqui. Cada filme que vimos, cada
música que ouvimos, cada relacionamento que tivemos, cada sanduíche que
comemos.
Divididos
entre vida pessoal e profissional, entre ser pai ou amigo, mãe ou filha, entre
cuidar de mim mesmo ou do outro. Entre comer e emagrecer, acordar cedo e malhar
ou dormir mais um pouco e deixar a academia para lá.
Multiplicamos
respostas para depois descobrirmos que as perguntas também se multiplicam.
Somos
o que ainda temos para viver, subtraídos dos anos que já vivemos, bem ou não.
Nem
sempre somos hoje o resultado da conta que fazíamos no passado. Somos roteiro
turístico.
Os
lugares a que fomos, os dias de sol, de chuva ou de frio. Somos as pessoas que
encontramos pelo caminho e levamos de alguma forma com a gente.
Somos
as idas e as voltas, as paradas em cada semáforo da vida, as ladeiras acima e
as ladeiras abaixo, muitas vezes sem freio de mão.
Somos
principalmente cada decisão de ir, decisão esta simples ou não.
Somos
artistas de TV. Somos controle remoto e a decisão de mudar ou de permanecer.
Somos
pura interpretação: dos fatos, das pessoas, das situações, da vida.
Quando
rimos até chorar somos comédia. Quando choramos até dormir somos drama. Quando
sentimos medo, somos suspense. Quando nos apaixonamos somos romance, comédia ou
terror. Ou tudo isso junto.
Somos
as lembranças e os desejos. Aqueles sonhos que alcançamos e aqueles que
deixamos de sonhar. Somos fotos antigas e viagens em busca de fotos novas.
Somos o que somos hoje enquanto desejamos ser alguém melhor no futuro.
Somos
saudade e ansiedade, pressa de ir misturada com vontade de voltar. Um “era
feliz e não sabia” que busca encontrar o que perdeu, só que “lá na frente”.
Somos incongruências e inconstâncias.
Calma
e pressa. Desejos, impulsos e vontade de controlá-los.
Seja
lá o que formos, só podemos ser no presente. No passado, já era. No futuro,
ainda não é!
*veja o vídeo também nesse link aqui: BARÃO, Branca. 8 ou 80 - Seu melhor amigo e seu pior inimigo moram aí, dentro de Você! São Paulo: DVS Editora, 2012.
Noite ainda, quando ela me pedia Entre dois beijos que me fosse embora, Eu, com os olhos em lágrimas, dizia: "Espera ao menos que desponte a aurora! Tua alcova é cheirosa como um ninho... E olha que escuridão há lá por fora! Como queres que eu vá, triste e sozinho, Casando a treva e o frio de meu peito Ao frio e à treva que há pelo caminho?! Ouves? é o vento! é um temporal desfeito! Não me arrojes à chuva e à tempestade! Não me exiles do vale do teu leito! Morrerei de aflição e de saudade... Espera! até que o dia resplandeça, Aquece-me com a tua mocidade! Sobre o teu colo deixa-me a cabeça Repousar, como há pouco repousava... Espera um pouco! deixa que amanheça!" — E ela abria-me os braços. E eu ficava.
Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande. As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela. Temos que nos bastar… nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém. As pessoas não se precisam, elas se completam… não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida. Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você. O segredo é não cuidar das bo
Eu vinha de Canindé Com sono e muito cansado Quando vi, perto da estrada Um juazeiro copado. Subi, armei minha rede, Fiquei nele deitado. Como a noite estava linda Procurei ver o cruzeiro, Mas cansado como estava Peguei no sono ligeiro, Só acordei com os gritos Debaixo do juazeiro. Quando olhei para baixo Eu vi um porco falando, Um cachorro e uma cobra E um burro reclamando, Um rato e um morcego E uma vaca escutando. O porco dizia assim: -“Pelas barbas do capeta! Se nós ficarmos parados A coisa vai ficar preta... Do jeito que o homem vai Vai acabar o planeta. Já sujaram os sete mares Do Atlântico ao mar Egeu, As florestas estão capengas, Os rios da cor de breu E ainda por cima dizem Que o seboso sou eu. Os bichos bateram palmas, O porco deu com a mão, O rato se levantou E disse: – “Prestem atenção, Eu também já não suporto Ser chamado de ladrão. O homem, sim, mente e rouba, Vende a honra, compra o nome. Nós só pegamos a sobra Daquilo
Ora, se deu que chegou (isso já faz muito tempo) no bangüê dum meu avô uma negra bonitinha, chamada negra Fulô. Essa negra Fulô! Essa negra Fulô! Ó Fulô! Ó Fulô! (Era a fala da Sinhá) — Vai forrar a minha cama pentear os meus cabelos, vem ajudar a tirar a minha roupa, Fulô! Essa negra Fulô Essa negrinha Fulô! ficou logo pra mucama pra vigiar a Sinhá, pra engomar pro Sinhô! Essa negra Fulô! Essa negra Fulô! Ó Fulô! Ó Fulô! (Era a fala da Sinhá) vem me ajudar, ó Fulô, vem abanar o meu corpo que eu estou suada, Fulô! vem coçar minha coceira, vem me catar cafuné, vem balançar minha rede, vem me contar uma história, que eu estou com sono, Fulô! Essa negra Fulô! "Era um dia uma princesa que vivia num castelo que possuía um vestido com os peixinhos do mar. Entrou na perna dum pato saiu na perna dum pinto o Rei-Sinhô me mandou que vos contasse mais cinco". Essa negra Fulô! Essa negra Fulô! Ó Fulô! Ó Fulô! Vai botar para dormir esses meninos, Fulô! "minha mãe me penteou minha mad
Como sândalo humilde que perfuma O ferro do machado que lhe corta, Eu hei de ter minha alma sempre morta Mas não me vingarei de coisa alguma. Se voltares um dia à minha porta, Tangida pela fome e pela bruma, Em vez da ingratidão, que desconforta, Terás um leito sobre um chão de pluma.
Rubem Alves Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que "não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma". Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia. Parafraseio o Alberto Caeiro: "Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma". Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que
"Deixa-me, fonte!" Dizia A flor, tonta de terror. E a fonte, sonora e fria, Cantava, levando a flor. "Deixa-me, deixa-me, fonte! " Dizia a flor a chorar: "Eu fui nascida no monte... "Não me leves para o mar". E a fonte, rápida e fria, Com um sussurro zombador, Por sobre a areia corria, Corria levando a flor. "Ai, balanços do meu galho, "Balanços do berço meu; "Ai, claras gotas de orvalho "Caídas do azul do céu!... Chorava a flor, e gemia, Branca, branca de terror, E a fonte, sonora e fria Rolava levando a flor. "Adeus, sombra das ramadas, "Cantigas do rouxinol; "Ai, festa das madrugadas, "Doçuras do pôr do sol; "Carícia das brisas leves "Que abrem rasgões de luar... "Fonte, fonte, não me leves, "Não me leves para o mar!... " As correntezas da vida E os restos do meu amor Resvalam numa descida Como a da fo
Palavras são como estrelas facas ou flores elas têm raízes pétalas espinhos são lisas ásperas leves ou densas para acordá-las basta um sopro em sua alma e como pássaros vão encontrar seu caminho. <!—anuncio –>
Nua, mas para o amor não cabe o pejo Na minha a sua boca eu comprimia, E, em frêmitos carnais, ela dizia: - Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo! Na inconsciência bruta do meu desejo Fremente, a minha boca obedecia, E os seus seios, tão rígidos mordia, Fazendo-a arrepiar em doce arpejo. Em suspiros de gozos infinitos Disse-me ela, ainda quase em grito: - Mais abaixo, meu bem! - num frenesi. No seu ventre pousei a minha boca, - Mais abaixo, meu bem! - disse ela, louca Moralistas, perdoai! Obedeci...
Lá vem o acendedor de lampiões da rua! Este mesmo que vem infatigavelmente, Parodiar o sol e associar-se à lua Quando a sombra da noite enegrece o poente!
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário. Ele é importante para nós. Apos verificação ele será publicado.