Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

Teste de Rorschach (Jürgen Von Felix)



Eu, quem Sou?
Qual a minha Cor?
Se tenho Cabelo que parece novelo,
De lã, buchado, que do pente a Amizade não tem.
Se insisto em pentear
Sou um sem Caráter, dominado.
Se ouso afros penteados,
Sou Negrinho metido, mal criado!
Aqui no Brasil, tenho ascendência mil.
Vermelho, Branco e
Negro Sudão.
Mas sou visto como menos escuro
Como menos claro... Não!
Se dou certo e consigo Diploma
Dizem que é minha obrigação,
Pois "Negro tem que mostrar o seu valor".
Quando não logro êxito e
O Sistema vence,
Sou execrado, Açoitado, retorno ao terror!
E se em Batalhas o Brasil se envolver,
Adivinha quem nela primeiro vai morrer:
Pretinho;
Moreno;
Mulato;
Negão...
Estou no limbo das cores
no Arco-iris da exclusão.

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