Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

Somos Hoje Matemática (Branca Barão)

         


A soma de todas as experiências que tivemos até aqui. Cada filme que vimos, cada música que ouvimos, cada relacionamento que tivemos, cada sanduíche que comemos.
Divididos entre vida pessoal e profissional, entre ser pai ou amigo, mãe ou filha, entre cuidar de mim mesmo ou do outro. Entre comer e emagrecer, acordar cedo e malhar ou dormir mais um pouco e deixar a academia para lá.
Multiplicamos respostas para depois descobrirmos que as perguntas também se multiplicam.
Somos o que ainda temos para viver, subtraídos dos anos que já vivemos, bem ou não.
Nem sempre somos hoje o resultado da conta que fazíamos no passado. Somos roteiro turístico.
Os lugares a que fomos, os dias de sol, de chuva ou de frio. Somos as pessoas que encontramos pelo caminho e levamos de alguma forma com a gente.
Somos as idas e as voltas, as paradas em cada semáforo da vida, as ladeiras acima e as ladeiras abaixo, muitas vezes sem freio de mão.
Somos principalmente cada decisão de ir, decisão esta simples ou não.
Somos artistas de TV. Somos controle remoto e a decisão de mudar ou de permanecer.
Somos pura interpretação: dos fatos, das pessoas, das situações, da vida.
Quando rimos até chorar somos comédia. Quando choramos até dormir somos drama. Quando sentimos medo, somos suspense. Quando nos apaixonamos somos romance, comédia ou terror. Ou tudo isso junto.
Somos as lembranças e os desejos. Aqueles sonhos que alcançamos e aqueles que deixamos de sonhar. Somos fotos antigas e viagens em busca de fotos novas. Somos o que somos hoje enquanto desejamos ser alguém melhor no futuro.
Somos saudade e ansiedade, pressa de ir misturada com vontade de voltar. Um “era feliz e não sabia” que busca encontrar o que perdeu, só que “lá na frente”. Somos incongruências e inconstâncias.
Calma e pressa. Desejos, impulsos e vontade de controlá-los.
Seja lá o que formos, só podemos ser no presente. No passado, já era. No futuro, ainda não é!




*veja o vídeo também nesse link aqui:

BARÃO, Branca. 8 ou 80 - Seu melhor amigo e seu pior inimigo moram aí, dentro de Você! São Paulo: DVS Editora, 2012.

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