Conta e Tempo (Frei António das Chagas - (1631-1682))
Deus pede
estrita conta de meu tempo.
E eu vou do
meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como
dar, sem tempo, tanta conta
Para dar
minha conta feita a tempo,
O tempo me
foi dado, e não fiz conta,
Não quis,
sobrando tempo, fazer conta,
Hoje, quero
acertar conta, e não há tempo.
Oh, vós, que
tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis
vosso tempo em passatempo.
Cuidai,
enquanto é tempo, em vossa conta!
Pois,
aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o
tempo chegar, de prestar conta
Chorarão,
como eu, o não ter tempo...
Poema de meados do século XVII
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