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Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

Folhas Mortas (Arnoldo Wiecheteck)

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Desprende-se uma folha amarelada, Logo outra lhe sucede e outras mais, Na calma de uma tarde acizentada, Como suspiros, lágrimas e áis. Folhas mortas, que tombam nas estradas, Na balada dos ritmos estivais, Levadas pelos ventos, em derrocada, Rolam, bailam, voam em espirais. Também sou como a folha desprendida, Rolando pelo outono dessa vida, Vagando com meu sonho já incolor. Caí numa alameda sossegada, Num êxtase de uma noite enluarada, Entre um beijo e uma lágrima de amor.

Ciclo da Vida (Lys Carvalho)

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Não tenho mais memória para lembrar palavras, músicas, datas e receitas, mas tenho um calor na alma, que abastece meu coração de ternura, amizade e muito amor. Já não tenho idade para correr, mas firmo, bem devagar, cada passo, no compasso da vida, contando e relembrando a pressa de um passado, no qual somos como frutas (frescas e viçosas). Não tenho mais a firmeza das mãos para escrever todas as lembranças de um passado que ainda vivo, mas, lembrar revigora a alma e o coração, para continuar a viver. Não tenho mais velhos e queridos amigos, mas tenho a felicidade de conquistar novos, reciclando meus conhecimentos e valorizações, tornando-me mais receptiva à vida. Não tenho mais pai, mãe, irmão, tias e tios, mas tenho guardado seus rostos e suas marcantes presenças, nos lindos momentos de minha vida. No ciclo da vida, somos como as nuvens que vão passando... e formando vários cenários, até que se dissolvem no céu. Hoje, as rugas (que marcam minha face) nada r

Derradeiro ‘AU REVOIR’ (Paulo Miranda Barreto)

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No dia em que os anjos caírem em si (algum tempo antes de Jesus voltar) já haverei de estar com Salvador Dali a ler Baudelaire nos jardins de Alá. . . Não há inferno aqui . . .  nem acolá! E ‘fogo eterno’ é o meu (anote aí)! No Além, sei muito bem que mal não há E eu lá, só vou colher o que escolhi. . . Do amor que dei dos versos que escrevi da paz que semeei .  . . farei um chá e brindarei á tudo o que vivi junto dos meus (e Deus nos louvará) De quem ficar não sei o que será. . . Talvez o mundo acabe em frenesi. . . Quem sabe continue como está. . . Ou mude pra melhor (como eu previ)! Só sei que nada sei . . .  mas, e daí? Se um dia saberei . . .  quem saberá? Quem sabe eu já sabia e me esqueci. . . (Acho que eu sempre soube) . . . E quem dirá se era verdade tudo o que  menti  se era mentira o que  fingi jurar ou se o que  não jurei e nem fingi  alguém jurou, fingiu no meu lugar? Os erros (que jamais admiti) já corrigi . . . não tenho o que pagar E

Retrato do Artista Quando Coisa (Manoel de Barros)

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A maior riqueza do homem é sua incompletude. Nesse ponto sou abastado. Palavras que me aceitam como sou — eu não aceito. Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva etc. etc. Perdoai. Mas eu preciso ser Outros. Eu penso renovar o homem usando borboletas.

Estado Violência (Charles Gavin)

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Sinto no meu corpo A dor que angustia A lei ao meu redor A lei que eu não queria Estado violência Estado hipocrisia A lei que não é minha A lei que eu não queria Meu corpo não é meu Meu coração é teu Atrás de portas frias O homem está só Homem em silêncio Homem na prisão Homem no escuro Futuro da nação Estado violência Deixem-me querer Estado violência Deixem-me pensar Estado violência Deixem-me sentir Estado violência Deixem-me em paz Letra de Estado violência © Warner/Chappell Music, Inc

A Quatro (Remo Sales)

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Uma folha A4 Quantos caracteres cabem aqui dentro? Será que alguém já pensou nisso? Quantos pensamentos cabem aqui, Neste espaço limitado? Pensamentos são limitados? Não, com certeza não. Gostaria de poder registrá-los Tão logo eles surgissem, Frutificassem. Usar um espaço tão limitado Como esse A4 Tem de ser bem ponderado. De outro modo, Escrever, escrever, escrever Sem ter nada para dizer É melhor emudecer. O silêncio também pode dizer muito, Isso é o que dizem por aí. Se assim o fosse uma folha em branco Seria um belo texto. A candura de uma folha Sem nenhum outro contraste Pode sim ser sinônimo de excesso. Excesso de falta de pensamentos, de palavras Ou de tempo. Copyright © 2018 by Remo Sales All rights reserved.

Oxigénio (Emanuel Galvão)

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Amada, te quero muito bem... Eu sei que sabes! Mas, quero ser como a brisa em dias de verão... - um sopro que se repete como compulsão -. Nos dias frios... também se repetir. Ser como as cobertas que puxas cada vez mais para perto de ti. E por fim... Nos dias amemos, destes mais ou menos, esses que nem notas que existo... ser oxigénio... por saber que não vives sem mim. Copyright © 2018 by Emanuel Galvão All rights reserved.