Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

Imagem
Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

A Voz do Solo (Italmar Lamenha de Albertim)




Queima sol,
Esse chão sofredor;
Sopra vento,
Pra aliviar minha dor.

Já não sei a que vim,
Se nada produzo ou crio...
Será castigo pra mim,
Ou apenas desafio?

Não chores tanto menina,
Não tenhas mágoa de mim;
Tua vaquinha morreu?
Foi Deus que quis assim.

Não tenho culpa da fome
Que matou tua malhada;
A árvore também está triste,
Porque está desfolhada.

Se matar a minha sede
Tua lágrima pudesse,
Viveria na fartura
Quem tanto hoje padece.

Vamos ter fé no Pai
Que criou o universo;
Que Ele entenda e perdoe
O meu desabafo em verso.



Copyright © 2018 by Italmar Lamenha de Albertim
All rights reserved.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

TERCETOS (Olavo Bilac)

BORBOLETAS (Mario Quintana)

A Reunião dos Bichos (Antônio Francisco)

Essa Negra Fulô (Jorge de Lima)

Se Voltares (Rogaciano Leite)

ESCUTATÓRIA (Rubem Alves)

A FLOR E A FONTE (Vicente de Carvalho)

Delírio (Olavo Bilac)