Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

A LENDA (Cida Lima)


A LENDA

De acordo com a mitologia egípcia, o deus Rá, cansado dos pecados da
humanidade criou Sekmet, a deusa com cabeça de leoa. Sua missão era punir aqueles
homens que mereciam e se afastavam do bem, mas a deusa desviou-se de seu 
caminho e se tornou sanguinária, matando todos os homens que cruzavam seu caminho 
a sangue frio.

Os seguidores de Rá clamaram por ajuda, mas o deus nada pode fazer, se
recusando a tocar em sua filha. Então os homens decidiram fazer uma bebida com
romãs, a cor de sangue atraiu a deusa que bebeu a poção, adormeceu e foi entregue a
Rá que a afastou da terra.

Conta também, em um papiro especial e secreto, que durante o tempo que vagou
sobre a terra, Sekmet gerou um filho com Kebechet, filho de Anúbis. Sua cria deu
origem a seres sanguinários que trouxeram a morte sobre o Egito.
Shu, deus da luz do sol e marido de Sekmet, irado com a traição da esposa,
amaldiçoou os filhos da deusa lhes negando o direito de andar na luz do sol.

Mesmo assim todas as noites o banho de sangue continuava.
O clamor dos filhos do Egito chegou até os deuses. Osíris, deus da ressurreição e juiz
do tribunal dos mortos, negou aos filhos de Sekmet acesso ao mundo dos mortos 
como punição a tantas vidas perdidas. Entretanto ao morrer, os filhos da
deusa não eram destruídos por Ammit, o devorador de mortos, que temendo 
o poder de Anúbis, que presidiu o tribunal dos mortos antes de Osíris, se recusou a 
destruir seus corpos mortos.

Bastet, a deusa com cabeça de gato, deusa da fertilidade e da família, ofendida
por alguns homens lhe confundirem com Sekmet, negou aos filhos da deusa 
o poder da reprodução, acreditando que assim os filhos da deusa 
desapareceriam da terra, porque toda raça que não se reproduz é extinta. Kebechet, 
deus da regeneração e cura, sentiu-se traído por seus irmãos deuses amaldiçoaram 
seus filhos, como vingança concede-lhes o poder da regeneração e de
propagar-se através do sangue. Nasce assim uma nova raça, com seres
que vivem num corpo morto, incapazes de se reproduzir, proibidos de 
contemplar a luz do sol, mas senhores da noite e das trevas, imortais e poderosos.

Envergonhado com os feitos de seu filho, Anúbis, tentando se redimir diante
dos homens, se une a uma humana e gera o primeiro canino-homem, chamado de
lobisomem, seus descendentes possuem o poder das duas naturezas, homem e lobo,
são invencíveis quando transformados e capazes de exterminar os filhos de Sekmet,
chamados pelos homens de vampiros, por se alimentarem com sangue humano de
suas vitimas.

O plano de Anúbis fracassou porque Nut, deusa da noite, enciumada por um deus
tão poderoso se unir a uma mortal, nega- lhes o poder de mutação durante a noite,
mantendo os filhos do deus num corpo humano, sem grandes poderes.
Toth, deus da luz da lua e amigo de Anúbis, oferta aos filhos do deus a luz da lua,
assim nas noites de lua cheia os filhos de Anúbis caçam os filhos de Sekmet.
Numa batalha que segue até os dias de hoje.

(Lenda que dá origem aos vampiros e lobisomens da Série Filhos da Noite, Guerreiros do dia) 

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