Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

UMA COISA É FAZER VERSO, OUTRA É FAZER POESIA (Affonso Romano de Sant'Anna)



“Uma coisa é fazer verso, outra é fazer poesia. Para fazer versos basta uma certa técnica e uma certa prática, e habitua-se a rimar e metrificar a fala. Poesia é outra coisa. Em grego o termo poeta é sinônimo de inventor e nas comunidades primitivas o vate era o indivíduo possesso que proferia a verdade. Poeta, portanto, como eu e muita gente entende, é o indivíduo que, utilizando-se da linguagem, produz um pensamento que revela e seduz.
Revela, no sentido que fez emergir algo que estava oculto na aparência prosaica  dos fatos cotidianos. Seduz, no sentido que o jogo encantatório da linguagem tem um objetivo de conduzir o outro a uma epifania ou revelação.”
                                                  Afonso Romano de Sant’Anna
                                   *Psicologia Atual – Ano V nº 28 out. 1982     

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