Um Amor (Emanuel Galvão)

Imagem
              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacienñtes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

METÁFORAS (Emanuel Galvão)



À Massimo Trosi e Pablo Neruda

Ele me diz coisas que me intrigam...
Depois descobri, que eram poesias
- metáforas –
Metáforas são sempre melhor
Que mentiras.
O meu sorriso para ele
Nunca são lábios entreabertos
No prazer da alegria
É sempre uma alegoria
Algo sublime na natureza
Algo pra depois ele poder
Beijar, desejar, morder...
Tudo parece ter, a seus olhos
Tanta e incomum beleza...
As palavras me penetram
E vão a lugares que ninguém
Nunca visitou
Como se eu fosse virgem
Não, na carne
Mas, na alma
Tudo o que me diz
Tira-me: O sossego, o tino, a calma
Mas, não é ruim não!
Quando um homem começa
A lhe tocar com palavras
Não está longe de lhe tocar
Com as mãos.

(Emanuel Galvão - Livro Flor Atrevida - Quadriofficce)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

TERCETOS (Olavo Bilac)

Um Amor (Emanuel Galvão)

BORBOLETAS (Mario Quintana)

A Reunião dos Bichos (Antônio Francisco)

ESCUTATÓRIA (Rubem Alves)

Se Voltares (Rogaciano Leite)

Essa Negra Fulô (Jorge de Lima)

A FLOR E A FONTE (Vicente de Carvalho)