Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

'Viajante perdido pelo mundo...' (Zealberto de Paulo Jacintho)



Viajante perdido pelo mundo
carregando nas malas recheadas
os fracassos, as mágoas recalcadas,
que fizeram de mim um vagabundo,
um molambo qualquer, um moribundo
que em vão hoje busca encontrar
um alguém que lhe possa dedicar
pelo menos um riso de criança,
‘sou apenas um resto de esperança
que o tempo esqueceu de carregar’. 


(glosando um mote do poeta José Queiroz da Fonseca)

Comentários

  1. Obrigado, Emanuel, por divulgar essas minhas divagações. Você além de grande amigo é um grande poeta.
    abraços,
    Zealberto

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