MEUS ESTIMADOS AMIGOS - DIA DO POETA (Emanuel Galvão)

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Para começar a semana Visitei meu amigo Mário Refiro-me ao Quintana E para meu poema  ficar danado de bom Parceria com Drummond Para ele não conter vícios Parceria com Vinicius E ser amigo do rei Nessa grande brincadeira Acompanhei Manuel Bandeira Também entre as pedras Cresceu minha poesia Cresceu com essa menina Grande Cora Coralina Poesia não precisa de motivo Basta ler em Ledo Ivo Quero iluminar de cima Acendendo lampiões Como fez Jorge de Lima Fazer um poema elegante Sofisticado, bacana Como faz o Afonso O Romano de Sant’anna Fazer poesia que arde Como faz Bruna Lombardi Não escrever coisa atoa Como fez Fernado Pessoa Fazer veros de quilate Como o Olavo Bilac Poema que seja casa Grande como uma mansão Como ergueu Gonzaga Leão Poema de morte e vida Severina vida sem teto Trabalhar no mesmo tema Faze grande o meu poema Como João Cabral de melo Neto Poema que a boca escarra E que escreve com a mão Que afaga e apedreja Sem flores e seus arranjos Como fez Augusto dos Anjos E na Can...

Mulher Negra - Consciência Negra É Consciência Humana - (Adriana Moraes)

Foto: Emanuel Galvão

Sou uma mulher negra! Pra elaborar essa sentença foram necessários muitos anos, até eu tomar consciência do que sou e ainda um pouco mais de tempo para ter orgulho disso.
Fácil dizer que consciência negra não é necessária e sim, consciência humana. Mentira! É fundamental ter consciência negra e ter orgulho, sobretudo. Quem fala isso nunca viu uma criança negra na escola pública respondendo a um questionário, se dizendo branca. Ou mesmo uma garota negra que fotografou sua “marquinha do biquíni” para provar que não é negra. Ou ainda, perceber uma criança negra, aceitar ser chamada de moreninha, mulata (mulato=cor de mula), parda... só pra ser aceita numa sociedade mestiça, mas que ainda não largou os costumes escravocratas.

Não existe consciência humana quando são os meus irmãos negros que apanham da polícia, que servem às mesas, que cortam cana, e que são estereotipados como ladrões, traficantes, estupradores, desocupados, vagabundos, favelados... Ou mesmo minhas irmãs negras que limpam as latrinas e a bunda dos filhos das pessoas que exigem consciência humana.
Sou uma mulher negra, de cabelos crespos, de nariz largo e de língua muito afiada. Consciência humana só quando todos forem humanos. Quero ter e disseminar minha consciência negra. Quero toda minha gente mudando sua história cheia de orgulho. Caminhando para frente, mas sempre olhando para trás.


Adriana Moraes – Mulher Negra 





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